Quem já me acompanha há mais tempo sabe que não gosto do modo como as revisões são propostas por aí, mas vou tentar clarear ainda mais a mente de vocês. Essa forma de revisar conteúdos que muita gente traz pro estudo de concursos, e que aprendemos na escola, é baseada no modelo de Curva do Esquecimento proposto por um cientista lá no século XIX, que já foi superada, mas se insiste em trazer hoje porque é mais fácil de explicar. Mas não vou nem falar disso.
Pra que fazemos revisões? Pra lembrarmos mais dos conteúdos que estudamos, correto? Sim. Ocorre que você estabelecer periodicidade de tempo para fazer suas revisões, qualquer que seja essa periodicidade, acaba incorrendo em dois erros sutis, mas que acabam te prejudicando muito.
O primeiro é que, com o tempo passando, você precisará fazer escolhas trágicas. Isto porque o número de matérias para revisar aumenta, e você ainda tem que ler coisas novas, mas o seu tempo disponível não aumenta. O resultado é um aumento de ansiedade, ou aumento da carga horaria de estudo, o que vai te trazer fadiga. Detectar que esse tipo de revisão é problemática depende do seu tempo disponível para estudo. Quanto mais tempo você tem, mais você vai demorar a identificá-lo. Por isso que muitas vezes, quando você se propõe a fazê-lo, dá certo no começo, porque ainda tem pouco conteúdo. Depois começa a dar errado e você acha que o problema é você.
E NÃO É!
O segundo erro é mais sutil ainda. Você tá se preocupando apenas em “bater uma meta”. Não importa como tenha sido a qualidade do seu estudo, o importante é bater a meta. Toda vez que você impõe algo que vai ser realizado a certo tempo a seu cérebro, deixa ele mais ansioso, o que faz com que o rendimento seja menor. Bem melhor é a espontaneidade.
Além disso, esse aumento do tempo de revisão acaba sacrificando o tempo para você resolver questões, que fatalmente serão a melhor forma de você revisar o conteúdo, de forma natural. E mais, de forma aleatória. A espontaneidade da lembrança do conteúdo é o que vai te fazer lembrar. A ligação é bem mais forte e, consequentemente, dura mais.